Caça aos vazamentos: como capitais brasileiras enfrentam o desperdício de água
Cidades brasileiras ainda sofrem com desperdício de água A maioria das capitais brasileiras ainda sofre com o desperdício de água provocado por vazamentos o...

Cidades brasileiras ainda sofrem com desperdício de água A maioria das capitais brasileiras ainda sofre com o desperdício de água provocado por vazamentos ou furtos. Em Goiânia (GO), técnicos percorreram mais de sete mil quilômetros nos últimos cinco anos em busca de vazamentos. A água limpinha jorra no meio da rua. Segundo um estudo do Instituto Trata Brasil, uma cena que se repete com frequência por todo o país. Entre as cem maiores cidades, de cada dez litros de água tratada, quase metade se perde antes de chegar às torneiras dos consumidores. Na central da companhia de saneamento de Goiânia, o gráfico aponta que o consumo durante a madrugada está fora do padrão — um indício de que a água está escapando dos canos. "Tem o que é visível a olho nu, aquele que a água aflora pela calçada ou se não pelo asfalto e tem também aquele que não visível que a gente chama, que é aquele que a água não está conseguindo chegar na superfície", revela Gilberto Barbosa, superintendente da Saneago. Com o sinal de alerta, os técnicos saem às ruas para localizar onde o desperdício está. E usam uma vareta de alumínio, que funciona como o estetoscópio médico. "O "X" que parece uma marca de tesouro, significa que o vazamento foi encontrado. Agora, como que vocês sabem, Luiz, que o vazamento está aqui nesse ramal?", pergunta a repórter Giovana Dourado. "A gente localiza com a haste de escuta. A gente vem colocando a haste de hidrômetro por hidrômetro pra conseguir localiza o barulho do vazamento. É tipo como se fosse o barulho da cachoeira. Quer experimentar?", pergunta Luiz Marcos de Souza Santana, agente de sistemas da Saneago. A repórter aceita e escuta. "É exatamente como você falou… parece uma cachoeira", comenta. Barulho identificado, é hora de cortar a calçada. Cavar até que o vazamento oculto se revela. O novo marco do saneamento básico estabeleceu que as companhias estaduais têm até 2033 para reduzir as perdas na distribuição de água. A meta é que não passe de 25%. Se for cumprida, a economia será suficiente para abastecer 21 milhões de brasileiros durante um ano. Na casa da dona Adriana, desperdício é palavra proibida. "A água é uma coisa muito básica pra o ser humano viver. A gente tá pensanso no futuro e economizar", diz Adriana Cíntia do Vale Camargo, dona de casa.